Estamos aqui para sermos empossados, após a realização de um
dos maiores congressos de nossa categoria. O IX Congresso contou com mais de 220
delegados(as) de 50 entidades, representando mais de meio milhão de
trabalhadores do setor do comércio e serviços de nosso estado, onde debatemos
assuntos importantes, como a conjuntura política e os desafios do movimento
sindical na atualidade. Aprovamos um plano de lutas que resgata a necessidade
de uma mobilização mais intensa para avançarmos rumo a novas conquistas para
categoria e o conjunto da classe trabalhadora.
Ampliamos e reforçamos a nossa direção, agora com 66 membros
e 7 vice-presidências regionais. Ampliamos os espaços para as mulheres e a
juventude, que hoje representa parcela expressiva de nossa categoria. Mesmo
sendo filiados a CTB, o que muito nos orgulha, buscamos contemplar todas as
demais forças políticas que atuam dentro de nossa entidade, construindo na
prática a unidade dos comerciários gaúchos reforçando a luta por novas
conquistas.
Nos debates do IX Congresso, concluimos que os reflexos da
crise do capitalismo desencadeada nos países desenvolvidos afeta a economia
mundial e a vida dos trabalhadores e que o Brasil não está fora deste contexto.
O governo Lula adotou medidas importantes para fortalecer o mercado interno,
como a valorização do salário mínimo, bolsa família, incentivos a setores da
economia mais atingidos pela crise. Devolveu ao estado o papel de indutor do
processo de desenvolvimento econômico, o que foi mantido pela presidenta Dilma.
Medidas corretas e importantes, que ajudaram num primeiro momento o Brasil
enfrentar a crise, mas ainda insuficientes para potencializar a nossa economia
e reverter o processo de desindustrialização. São necessárias medidas mais
profundas para melhorar a nossa competitividade no mercado externo.
A política macroeconômica precisa ser revista. Os juros
baixaram, mas há espaço para uma redução maior. O câmbio deve servir aos
interesses do país e não dos especuladores. O superávit primário deve ser
reduzido para que o estado possa investir mais em saúde, educação, segurança e
infra-estrutura.
A FECOSUL continuará no rumo das mudanças que interessam aos trabalhadores e ao povo brasileiro. Bandeiras unitárias e importantes precisam ser levantadas com mais intensidade pelo conjunto do Movimento sindical como: Redução da Jornada de trabalho; Fim do fator Previdenciário-Posição do Governo; Reforma agrária
com política agrícola; Aprovação da Convenção 158 da OIT; Regulamentação da
categoria,com valorização da profissão e garantia ao descanso dominical.
Precisamos nos opor determinantemente às propostas que objetivam enfraquecer e dividir o movimento sindical e a luta dos trabalhadores. A FECOSUL defende a unicidade sindical, o direito de organização no local de trabalho, a contribuição sindical, e uma legislação que garanta a sustentabilidade das entidades dos trabalhadores, respeitado sempre o princípio da razoabilidade.
No pleito eleitoral, devemos participar ativamente, conforme
resolução de nosso 9º congresso, apoiando candidatos(as) comprometidos com a
luta dos trabalhadores, com o desenvolvimento e com a melhoria da qualidade de
vida de nosso povo.
No Estado, com o governo Tarso Genro, estamos conquistado
avanços importantes para a classe trabalhadora, os quais precisam ser
consolidados. Precisamos avançar na construção de uma política permanente de
valorização do piso regional, do cumprimento do percentual de 12% para a saúde,
pagamento do piso aos professores, valorização da agricultura familiar, entre
outros.
Para auxiliar nestas conquistas, a sociedade civil
organizada precisa assumir a luta pela repactuação da dívida pública do estado
com a união, que consome quase 14% de nosso orçamento, sufocando seu poder de
investimento.
Por fim, quero dizer que sou dos que acreditam que o futuro
pertence àqueles que confiam nos seus sonhos e lutam para transformá-los em realidade. Por tudo
isto, estaremos mais uma vez à frente desta entidade classista e de luta,
trabalhando de forma unitária, coletiva e aguerrida na defesa dos direitos dos
trabalhadores, da democracia, do desenvolvimento e da justiça social.
Muito obrigado!
Guiomar Vidor
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