domingo, 14 de março de 2010

1.500 Mulheres do campo e da cidade comemoram o centenário do seu dia em Maquiné

Por Márcia Carvalho

Com a integração das mulheres do campo e da cidade e com a unidade das trabalhadoras e trabalhadores é possível avançar rumo a uma sociedade mais justa e igualitária. Assim os dirigentes da CTB, da Fecosul e da Fetag sintetizaram suas falas durante a atividade em homenagem aos 100 anos do Dia Internacional das Mulheres e ao 8 de março 2010. O encontro, que reuniu mais de 1.500 pessoas, no sábado (13), no Balneário Municipal de Maquiné, Litoral Norte do Estado, contou com a parceria da Fecosul e Fetag.

A atividade discutiu as muitas conquistas das mulheres desde o direito ao voto, o reconhecimento da trabalhadora rural como profissão, o direito à propriedade pela mulher, a importância da agricultura familiar e a conscientização e preservação do meio ambiente. Políticas públicas, combate à violência contra as mulheres, educação, saúde, cultura e creche públicas. Tudo isso em busca de igualdade de direitos e qualidade de vida para mulheres e homens. No segundo momento o encontro contou com apresentações culturais, dança, música, teatro e talentos do povo.

Conscientização Política e Ecológica

Alexandre Scheifler, assessor da Fetag para o meio ambiente, falou da importância de ser pensar a economia sustentável atendendo as necessidades dos que vivem no campo sem agredir o meio ambiente. Scheifler também alertou para que os trabalhadores rurais não sejam apontados como vilões do meio ambiente. “A preservação e as formas como são usados os recursos naturais é uma responsabilidade de todos, do campo e da cidade”, advertiu.

Jussara Cony, superintendente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), tratou a história de luta das mulheres do século XX como belíssima. “O papel da mulher na sociedade foi um dos marcos do século”, afirmou. Jussara também falou que é preciso ultrapassar os limites do corpo e da alma e dar visibilidade às lutas políticas das mulheres. “Este é o século da participação política das mulheres que devem estar na linha de frente da política e estar a frente das instituições, mas não basta ser mulher é preciso estar do lado dos trabalhadores”, defendeu.

Um dia histórico para a CTB

“Este ato foi um marco histórico para a CTB e para a luta das mulheres do Rio Grande do Sul, superou nossas expectativas”, disse o presidente da Fecosul e CTB/RS Guiomar Vidor. Segundo ele, o ato de comemoração dos 100 anos do Dia Internacional das Mulheres serve para construir a união das trabalhadoras do campo e da cidade o que é um avanço significativo para a luta de todos os trabalhadores. “Foi um ato representativo político e sindical e afirmou as bandeiras atuais pela valorização do salário mínimo, redução da jornada para 40 horas, o fim do fator previdenciário e o reajuste dos aposentados. Estas conquistas vão significar melhores condições de vida e mais dinheiro no bolso dos trabalhadores”, completou Vidor. O presidente da Fecosul também salientou a importância da conscientização para a escolha de um projeto para o Brasil. “Este ano temos a oportunidade de escolher a continuidade do desenvolvimento, não podemos permitir o retrocesso”, alertou.

Silvana Maria da Silva, Secretaria da Mulher da Fecsoul, disse que como dirigente se sentia orgulhosa e gratificada pela participação e integração das mulheres do campo e da cidade. “Para combater a violência e a discriminação, ainda existente na sociedade, é urgente a nossa união”, declarou Silvana. A dirigente da Fecosul fez referência à participação dos homens, que ainda tímida, já é resultado da conscientização de que a luta das mulheres é de todos.

Mulheres e homens classistas e parcerias para o avanço da luta

Abgail Pereira, secretaria nacional da Mulher da CTB, reafirmou a perspectiva de igualdade social e a principal luta que é a emancipação feminina, como uma luta de toda a classe trabalhadora. “Este foi um dia maravilhoso, vai ficar na história, saímos daqui com a certeza da nossa luta e com mais vontade de lutar”, vibrou Abgail. A dirigente nacional também destacou a presença importante de homens da direção estadual e nacional da CTB como Sérgio Miranda, Vicente Selistre e Guiomar Vidor, assim como vários dirigentes sindicais. Abgail ainda saudou a organização, a unidade e a alegria da atividade. Assim como as parcerias que estão dando certo no RS na busca de um mundo sem fome e sem violência para mulheres e homens de todas as gerações.

Participação de lideranças e instituições importantes engrandeceram a atividade da CTB como o prefeito de Maquiné, Alcides Scussel, deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB/RS), gabinete do deputado estadual Heitor Schuch (PSB), vereadores da região, coordenadores regionais da Fetag, Emater, INSS, dirigentes sindicais rurais e urbanos.

Mais uma atividade alusiva ao Dia Internacional da Mulher vai acontecer no próximo dia
16 de março, terça-feira, no Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, com o lançamento do Livro Mulheres e Direitos Humanos. A atividade é uma parceria da CTB com a Coordenadoria da Mulher da Cidade.

sexta-feira, 12 de março de 2010

quinta-feira, 11 de março de 2010

40 horas - Reduzir a Jornada para gerar empregos

Com o início dos trabalhos legislativos, as Centrais Sindicais e o conjunto do movimento sindical estão intensificando a mobilização pela votação na câmara dos deputados, do projeto que reduz a jornada de trabalho para 40 horas semanais. Diante desta iniciativa dos trabalhadores, mais uma vez os empresários e seus representantes manifestam a sua contrariedade ao projeto e tentam adiar sua votação.

A redução da jornada sem redução de salários, é uma bandeira que com o passar dos anos ganha mais atualidade, tendo em vista seu enlace econômico e social.

Com o destacado avanço científico e tecnológico, o qual foi fortemente introduzido no mercado de trabalho através das novas técnicas organizacionais e da robotização da produção, verifica-se um acentuado crescimento da produtividade a qual quase dobrou de 1988 a 2008, atingindo um percentual de 84%, aprofundando o desemprego estrutural, o qual somente pode ser combatido através da redução da jornada de trabalho.

Em nosso país, mesmo diante de um processo de desenvolvimento mais perene, o desemprego atinge milhões de trabalhadores do campo e da cidade, homens e mulheres que tem como única fonte de sobrevivência a venda de seu trabalho. Diante deste quadro, o conjunto do movimento sindical, resolveu intensificar nos últimos anos, uma campanha pela aprovação da PEC 393/2001 de autoria dos Senadores Paulo Paim(PT/RS) e Inácio Arruda(PCdoB/CE) que reduz a jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário.

No Brasil, como no resto do mundo, a jornada de trabalho não ficou inalterada ao passar dos anos. Os trabalhadores brasileiros ingressaram no século XX trabalhando 16 horas diárias, de domingo a domingo, sem descanso semanal remunerado e percebendo salários miseráveis.

Com o advento da CLT, passou para 48 horas semanais, vindo somente a ser reduzida na Constituição de 88 para 44 horas, sendo hoje, uma das maiores e mais flexíveis do mundo.
A redução da jornada de trabalho para 40 horas, sem redução de salário, acompanhada de medidas que limitem as horas extras e eliminem o banco de horas, possibilitarão a criação de 2,5 milhões de novos empregos, mais produtividade e a melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros.

O aumento do custo da mão de obra não pode ser utilizado pelo empresariado nacional como fator de desequilíbrio da competitividade no mercado externo, uma vez que a mão de obra brasileira ainda é uma das mais baratas do mundo, custando em média US$ 5,96 dólares a hora, contra US$ 16,2 da Coréia do Sul, USS 8,35 de Singapura, US$24,59 dos EUA, US$ 37,6 da Alemanha e representará ao final, um acréscimo de 1,99% sobre o total do custo da produção industrial no Brasil, levando-se em conta os dados publicados pela CNI, onde o peso dos salários representam em torno de 22% no custo total do produto.

Concluímos, portanto que a redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, propiciará além da geração de empregos, a geração de um circulo virtuoso na economia, ampliando o consumo interno, melhorando a produtividade e a competitividade, a redução das doenças e acidentes de trabalho, maior qualificação do trabalhador, melhoria na qualidade de vida e distribuição de renda. Fatores fundamentais para a construção de uma sociedade mais equilibrada e produtiva.